quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
Universo Fragmentado
O que chamamos de "mente fragmentada"?
Múltiplas personalidades, mentes fragmentadas, ou universos fragmentados. O transtorno dissociativo caracterizado por dois ou mais estados de personalidade que se alternam, e são popularmente conhecido como múltiplas personalidades. A dupla personalidade, cujo nome científico é transtorno dissociativo de identidade, é real e deixa marcas profundas..
A fragmentação na psicologia refere-se ao processo pelo qual uma pessoa experimenta uma divisão ou separação em sua identidade, pensamentos, emoções ou comportamentos. Esse fenômeno pode ocorrer devido a traumas, estresse extremo ou outras condições psicológicas que afetam a integridade da mente.
Esse transtorno surge, na maioria dos casos, como um mecanismo de defesa contra traumas severos, geralmente vivenciados na infância. Para lidar com experiências dolorosas, a mente fragmenta a identidade da pessoa, criando diferentes “partes” que assumem o controle em diferentes momentos.
Segundo Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço, fundador da psicologia analítica, existem quatro funções psicológicas fundamentais que atuam diretamente na personalidade e suas reações, são eles: pensamento, sentimento, sensação e intuição. Cada função pode ser expressa tanto de uma maneira introvertida quanto extrovertida. O pensamento e o sentimento eram vistos por Jung como maneiras alternativas de elaborar julgamentos e tomar decisões.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2025
A dama e o poeta.
Há, minha linda amada,
ternura em teu olhar,
ao apreciares os versos,
que em meus devaneios dispersos,
dediquei somente a ti,
como um lampejo de paixão.
Bruma de angelical ternura
são teus olhos em meus livros.
Mas qual estrofe poderá encantar-te?
Qual refrão irá agradar-te?
Razão do meu querer,
que senão aquele,
que fale do amor?
Candura me são teus lábios,
ao recitares meu versos,
em um fluir de mansidão.
E creio eu, ser o tempo em vão,
como uma melodia perene
que entra como chama ardente,
como lâmina pungente,
em meu enamorado coração.
quinta-feira, 27 de novembro de 2025
O lado sombrio do inconsciente.
Todos temos uma sombra dentro de nós, uma sombra obscura, secreta e perigosa. A sombra é aquilo que não queremos que os outros saibam, coisas que ocultamos, coisas sobre as quais mentimos, não somente aos outros, mas a nós mesmos. São como criaturas que saem de uma caverna, no meio da noite, mostrando seu lado obscuro, intrínseco, dentro de nós, e que tentamos esconder a qualquer preço.
E isto nos foi ensinado desde a idade muito tenra, que não são aspectos aceitáveis para quem julgamos ser, Para priorizarmos o lado brando da alma, precisamos conhecer o outro lado, e só assim encontraremos o equilíbrio entre as duas partes. A sombra interior aparece de várias maneiras, desde a desonestidade nos negócios, até uma simples bebedeira, mentir em uma entrevista de trabalho, gastar mais do que ganha, sabendo que não poderá pagar, trair a confiança da família, quando agredimos nossos filhos, ou abusamos verbalmente de nossa parceira(o), quando roubamos a ideia inovadora de nosso colega, e afirmamos ser nossa, e muitas outras atitudes que nos deixariam envergonhados, se fossem reveladas.
A sombra interior é constituída dos pensamentos, emoções, e impulsos que julgamos dolorosos demais, constrangedores, desagradáveis, para serem aceitos até por nós mesmos, por isto nossa decisão de que fiquem ocultos, na região sombria do nosso inconsciente.
terça-feira, 25 de novembro de 2025
Corpo e espírito ( agostinho de Hipona)
A relação entre corpo e espírito, para Agostinho de Hipona (Santo Agostinho), está na superioridade do segundo sobre o primeiro. O ser humano, através do livre arbítrio, costuma subverter totalmente essa relação, deixando com que o que é material seja mais importante que a alma.
Para Agostinho, o corpo está hierarquicamente superior ao espírito, de modo que pode notavelmente controlá-lo por meio de ações e pensamentos, tal aspecto conduzindo os homens inclusive à subversão, haja vista que os desejos carnais falariam mais alto que a santidade da alma.
O filósofo é reconhecidamente um dos principais pensadores ainda na época da fundamentação do cristianismo, trazendo estudos que ajudavam a entender os processos pecaminosos que corrompiam os homens e apontando a palavra sagrada como o caminho da santificação.
domingo, 23 de novembro de 2025
Espelho de Sentimentos
Existem muitos sintomas(dores) que afetam a nossa estrutura interna, nosso subconsciente, mas que, em algumas situações se tornam quase imperceptíveis externamente. Entre eles está o sentimento de sentir-se traído(a). A traição acontece quando alguém nos decepciona, quebrando uma expectativa ou regra estabelecida em relacionamentos, sejam eles amorosos, profissionais, ou em outro campo qualquer de nossa vida, a traição consiste na infidelidade, tanto no ambiente interno, como no lar, como no externo, trabalho ou amigos.
Sigmund Freud ( 1859/1939) Sigmund Freud foi um médico neurologista e importante psicanalista austríaco. nos ensina que o desejo humano é atravessado pelo inconsciente, muitas vezes agindo sem medir as consequências. Mas quando a traição vem à tona, a confiança se rompe, e a reconstrução se torna um processo delicado, e árduo. Mesmo que não seja percebido externamente, não esteja explícito no dia a dia, o nosso EU, buscando forças para continuar racional e controlado. Se internamente estamos em prantos, externamente mostramos sorrisos.
Seja na literatura, ou na vida real, seja uma traição, ou qualquer outro tipo de sentimento, sempre existirá emoções que se refletirão somente no espelho da alma.
sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Falando Sobre Vaidade.
A palavra vaidade vem do latim vanitas, que significa qualidade do que é vão, fútil e ilusório. Já o dicionário define vaidade como presunção, frivolidade e orgulho injustificado. No fundo, a vaidade revela fragilidade, uma vez que o vaidoso vive em função da aprovação alheia.
Agostinho de Hipona, conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo( 354/430), nos alerta que a vaidade leva ao vazio e à separação de Deus. A busca por prestígio, por meios dos bens transitórios, apenas aumenta o sentimento de insatisfação e nos afasta da verdadeira felicidade, que só pode ser encontrada em Deus. O apego às glórias mundanas cria um desvio que impede a alma de atingir seu fim último: o repouso em Deus. “Não seja vã, ó minha alma, nem ensurdeças o ouvido do coração com o tumulto de tua vaidade.
Blaise Pascal, matemático, escritor, físico, inventor, filósofo e teólogo francês (1623/1662) em sua obra Pensées, também reflete sobre a vaidade, considerando-a uma expressão da fraqueza e da miséria humana.
Para Friedrich Nietzsche. filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX ( 1884/1900), o sentimento mais vulnerável, e no entanto, o mais invencível é certamente a vaidade humana. Sua intensidade cresce mesmo quando a alma está ferida, e aos poucos torna-se gigantesca. Filosoficamente falando, a vaidade pode se referir a um senso mais amplo de egoísmo e orgulho.
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Filosofia do Niilismo
Niilismo filosófico
O Niilismo uma concepção filosófica baseada na ideia de não haver nada, ou nenhuma certeza que possa servir como base o conhecimento. Ou seja, nada existe de fato. Assim, em sua extensão para o existencialismo, o niilismo é a compreensão de que a vida não possui nenhum sentido ou finalidade. O conceito está pautado na subjetividade do ser, onde não existe nenhuma fundamentação metafísica para a existência humana. Ou seja, não há “verdades absolutas” que alicercem a moral, os hábitos ou as tradições.
Do latim, o termo “nihil” significa “nada”. Trata-se, portanto, de uma filosofia, que apoiada ao ceticismo radical, é destituída de normas, indo contra os ideais das escolas materialistas e positivistas. Note que o termo niilismo é utilizado de diferentes maneiras, pois para alguns estudiosos, é um termo negativo, pessimista, associado à destruição e negação de todos os princípios (sociais, políticos, religiosos). Já para outros filósofos, a essência do conceito, se observada de maneira mais minuciosa, pode levar a libertação do ser humano.
Filósofos Niilistas
Os principais filósofos alemães que abordaram e se aprofundaram sobre o tema do niilismo foram:
• Friedrich Schlegel (1772-1829)
• Friedrich Hegel (1770-1831)
• Friedrich Nietzsche (1844-1900)
• Martin Heidegger (1889-1976)
• Ernst Jünger (1895-1998)
• Arthur Schopenhauer (1788-1860)
• Jürgen Habermas (1929-)
O Niilismo de Nietzsche
Por meio da corrente niilista, o filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche, propõe a “ausência de sentido” atrelado ao conceito de “homem com poder”. Eles surgem a partir da “Morte de Deus” e da libertação do sujeito à moral de rebanho. Dessa maneira, estando os homens destituídos de normas, crenças, dogmas, tradições, eles regerão suas vidas. Isso resultará na criação de “homens novos” por meio do que ele denomina de “vontade de potência”.
De tal modo, o poder e os valores, fruto das instituições (religiosas, sociais e políticas) tornam-se inexistentes. Surge assim, um homem livre, e não corrompido por qualquer tipo de crença, o qual realiza suas próprias escolhas. Quando o “Homem com poder” determinado por Nietzsche, adquire esse poder, ocorrerá a transvaloração de todos os valores e poderá "viver a vida como obra de arte".
O Niilismo não é somente um conjunto de considerações sobre o tema 'Tudo é vão', não é somente a crença de que tudo merece morrer, mas consiste em colocar a mão na massa, em destruir. É o estado dos espíritos fortes, e das vontades fortes, do qual não é possível atribuir um juízo negativo: a negação ativa corresponde mais à sua natureza profunda. (Nietzsche, Vontade de Potência)
Niilismo existencial
O niilismo existencial é como é chamado a pensamento da corrente francesa do existencialismo, sobretudo, em Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Albert Camus.
Segundo esses pensadores, a vida é baseada no nada, não possui nenhum sentido, significado ou propósito. Cabe ao sujeito aceitar essa condição e tornar-se responsável pela construção da sua existência.
A negação é o Deus dos existencialistas. (Albert Camus, O Mito de Sísifo)
Fonte para pesquisa:Site: todamateria.com.br/filosofia.
segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Onde estão meus amigos?
Estamos deixando de ter amigos para ter contatos, conexões, redes, grupos e, mais recentemente, assistentes virtuais que nos ouvem sem julgamento”, conforme afirmou Ingrid Gerolimich, psicanalista, socióloga, documentarista e comentarista sobre temas da atualidade, com contribuições em veículos como Revista Cult, UOL, Revista Marie Claire, Fórum e Carta Capital, a recessão de amizade não é um acidente histórico, mas uma consequência da forma como vivemos e organizamos nossas prioridades. O tempo, bem escasso na lógica produtivista, é devorado pelo trabalho, pelas tarefas domésticas e pela manutenção da persona digital — deixando pouco espaço para a construção lenta e cuidadosa das amizades verdadeiras.
O filósofo Platão definiu a amizade como “a predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro”, Agostinho de Hipona afirmava que “o ser amigo nos funde na amizade do ser; os amigos são uma só alma” e Aristóteles parece fundir os dois pensamentos: “a amizade é uma alma com dois corpos”.
Pitágoras falava de que era “amigo da filosofia”, assim surge a composição de philos e sophia, ressaltou por um pensador contemporâneo: “A intimidade entre amizade e filosofia é tão profunda que esta inclui o philos, o amigo, no seu próprio nome e, como muitas vezes acontece em toda proximidade excessiva, arrisca não conseguir distinguir-se” (AGAMBEN, 2007, p. 1).
Foi Aristóteles em Ética a Nicómaco dedicou dois livros ao estudo da philia e da amizade, que definiu a amizade em três tipos: aquela por prazer, por interesse e a amizade verdadeira, a primeira é fácil de identificar por é a busca do prazer recíproco, a segunda por que são úteis entre si, e a terceira, é possível entre homens bons porque desejam o bem por si mesmo e não colocam o prazer nem o interesse acima da amizade.
Fonte para pesquisa:
https://blog.marcosmucheroni.pro.br/o-que-e-amizade-na-filosofia/
sexta-feira, 31 de outubro de 2025
Nossas Histórias
Quando penso em escrever sobre minhas histórias, sinto-me um tanto quanto egoísta, pois inevitavelmente ela passa pelas histórias de muitas pessoas, começando pela de meus pais, o apoio, o afeto, o conselho, o carinho, depois tem os professores, mestres inesquecíveis, os colegas de escola, as brincadeiras do recreio, a espera interminável pela sineta, e todos saíamos correndo para casa. O antigo casarão de madeira, a estrada de chão onde brincávamos, minha enferrujada bicicleta, agora abandonada ao lado do velho chalé. Minha infância, uma parte da minha história.
E a vida vai passando, tem gente que parte, mas não sem antes deixar sua história, assim como tem gente chegando, e trazendo sua história para fazer parte da minha. É como um baile de máscaras, onde rodamos pelo salão trocando de par a cada nova volta, com a melodia da vida que nos empurra para mais uma dança, mais um novo giro no salão. E lá vamos nós, mesmo quando choramos sozinhos, sorrindo para a multidão. Histórias que se cruzam, e deixam marcas para a vida toda.
Minha história, formada pelas histórias de muitas pessoas, colegas, amigos que não vejo mais, amores não correspondidos, abraços que em alguns momentos alegravam, em outros consolavam, tudo tão normal, e a vida segue a contar nossa história. Pessoas normais, pessoas como eu, como você, cada uma delas com seus problemas, seus sonhos, seus objetivos, e suas histórias.
quarta-feira, 29 de outubro de 2025
O Conforto de Vitimismo.
O conforto do vitimismo.
Criar e estreitar laços com as pessoas é saudável para todas as relações. No entanto, é preciso sempre ter cautela para que isso não se torne uma dependência emocional.
Algumas pessoas não querem se curar, apenas buscam um pouco de atenção, o sofrimento se torna uma situação de conforto, e a realidade se transforma em um enorme palco, onde representar sofrimento traz atenção. Alguns terapeutas afirmam que o sofrimento psíquico existe por falta de apego, de alguém por perto para atender, satisfazer alguma vontade momentaneamente.
Quando alguém está confortável no papel de vítima, não quer a cura, não procura a libertação. O acolhimento quando acontece, cria uma dependência do sofrimento, pois se não existir a dor, poderemos ficar sozinhos.
Freud explica o sentimento de dependência em uma relação passional e sua ligação com a diminuição da autoestima e o medo do desamparo. Segundo ele, o indivíduo tem sua autoestima reduzida quando ocorre uma atenção exagerada e quase obsessiva. O cuidado deve existir, mas nunca com o sentimento de superproteção.
domingo, 26 de outubro de 2025
Sou senhor de minhas escolhas?
Sigmund Freud ( 1856/1939) acreditava que a mente seria a responsável pelas decisões conscientes e inconscientes e que possuem como origem os impulsos psicológicos. O id, o ego e o superego são os três aspectos da mente que Freud acreditava que fossem as camadas da personalidade de uma pessoa. O que chamamos de realidade externa não está isento a interferências internas.
Cada um de nós caminha dentro de uma versão particular de mundo, filtrada e ordenada por lembranças, crenças e emoções guardadas que vivenciamos durante nossa vida.
A neurociência já demonstrou através de pesquisas, que mais de 90% da atividade cerebral acontece fora da consciência. Em nosso inconsciente já temos uma estrutura psíquica de reações pré determinadas, tendo como base nossas experiências anteriores e aquilo que julgamos serem nossas preferencias. Ou seja, mesmo quando acreditamos escolher livremente, nossas decisões são atreladas por padrões que atuam em silêncio. É por isso que tantas situações parecem se repetir, mais e mais, e não conseguimos evitar. Relações que voltam com outros rostos, medos que insistem em aparecer de maneiras diferentes, com outras máscaras. Desde o seu texto de 1914, Recordar, repetir e elaborar, Freud anuncia que “o que não se pode recordar (o que ele buscava no trabalho de transferência), repete-se. Ele nomeou essa repetição de Agieren. O que interessava à Freud nessa época era, acima de tudo, a relação da compulsão à repetição com o trabalho do inconsciente na transferência do psiquico para uma realidade externa. Não é o destino nos punindo, é o nosso inconsciente pedindo luz, tentando novamente, buscando quem sabe, um final diferente. E nós nem nos damos conta disto.
Quando passamos a observar esses movimentos internos, algo muda externamente. O mundo fora começa a responder de outra maneira. Conseguimos observar fora da visão pré concebida pelo inconsciente. Não porque a realidade muda de uma hora para outra, mas porque nossos olhos aprenderam a ver o externo de uma maneira diferente.
quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Filosofia do Neocriticismo
O neocriticismo é uma doutrina das correntes filosóficas que se caracteriza em retornar a filosofia crítica kantiana para fundamentar seus conceitos. Iniciado na Alemanha em meados do século XIX , deu origem a algumas das mais importantes manifestações da filosofia contemporânea. A partir do neocriticismo a filosofia passou a dedicar-se à reflexão crítica sobre ciência para, então, poder encontrar condições que a tornem válidas.
O neocriticismo deixa a metafísica da matéria e a do espírito, opondo-se aos positivistas. É contrário a metafísica idealista e a ciência empírica. As principais escolas foram a Escola de Baden, que tendia a ressaltar a lógica e a ciência. Além da Escola de Marburgo, que influenciaram boa parte da filosofia alemã posterior como Historicismo e a Fenomenologia.
Podemos afirmar que o Criticismo é uma doutrina filosófica que nega todo o conhecimento cujos fundamentos não tenham sido analisados criticamente. Elaborada pelo filósofo iluminista Immanuel Kant (1724-1804), por isto, também é conhecida por Criticismo Kantiano.
Insatisfeito com ambas doutrinas e inspirado nas ideias do empirista David Hume(1711-1776) outro filósofo da época do iluminismo, Kant propõe uma abordagem que se contrapõe ao empirismo e ao racionalismo.
Para Kant, o conhecimento é adquirido por meio da interação entre o objeto e o sujeito, e tem como ponto de partida o interesse do indivíduo em aprender sobre o objeto, ou seja, Kant coloca o sujeito como peça principal em uma relação cognitiva.
Kant critica o racionalismo e o empirismo, pois defende que ambas as doutrinas não consideram o papel ativo da pessoa no processo de aquisição do conhecimento. Dessa forma, Kant estabelece limites para o intelecto humano em relação ao conhecimento. Diferente de uma perspectiva ceticista, Kant acredita na possibilidade do conhecimento, mas defende que o indivíduo tem um conteúdo sensível a partir do qual ele capta e interpreta informações.
O criticismo construiu-se como uma opção metodológica ao racionalismo e ao empirismo, duas doutrinas que há séculos dividiam os estudiosos sobre a maneira pela qual o conhecimento é adquirido. Kant defendia que o conhecimento é resultado da interação entre o objeto de estudo e o sujeito. Para ele, os indivíduos possuem um conjunto de conhecimentos "a priori", que são anteriores às experiências e conhecimentos resultantes de experiências, chamados de "a posteriori".
segunda-feira, 20 de outubro de 2025
A Alma no Espelho
Como escreveu Machado de Assis em seu conto “O Espelho,” publicado originalmente em 8 de setembro de 1882 no jornal Gazeta de Notícias , expondo que a nossa “alma externa”, ligada ao status e prestígio social, à imagem que os outros fazem de nós, é muito mais importante do que a nossa “alma interna”, ou seja, a nossa real personalidade.
A alma interna: silenciosa, pessoal, sensível — aquilo que somos no íntimo, quando ninguém está olhando.
A Alma Externa; visível, construída, social — aquilo que os outros veem em nós, aquilo que vestimos, mostramos, representamos.
Uma das causas fundamentais dos vários problemas que o mundo enfrenta hoje é resultante da disseminação da perspectiva materialista que enfatiza o que é visível ou palpável. Desconsiderando a conexão existente entre a alma interior e exterior, perdendo a noção do verdadeiro valor interno, e buscando o reconhecimento social. E quando isto acontece, encontramos pessoas financeiramente bem sucedidas, com uma visibilidade muito grande, mas extremamente depressivas, amargas, e até mesmo com pensamentos suicidas.
É preciso entender que alma (Atman) é a essência eterna e imutável de um ser. Ela é considerada pura consciência, além de pensamentos, sentimentos e ações, que geralmente estão associados à mente. A mente (Manas), por outro lado, é considerada parte do corpo sutil e é responsável por pensamentos, emoções e decisões. A alma é íntima, cheia de vida, vitalidade e energia. Parece querer constantemente mais vida e vitalidade e, portanto, pode ser uma ameaça para o status externo. Quando você cuida de sua alma, pode descobrir que suas necessidades podem não combinar com seus próprios desejos externos. Isto acontece quando você quer representar algo, ou alguém, a qual sua alma interna não está adaptada.
Quando estamos sós, e olhamos no espelho, qual alma estamos vendo?
A alma interna, como nossos verdadeiros sentimentos e desejos?
Ou alma externa, com a máscara daquilo que a sociedade quer ver em nós?
sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Solidão Freudiana
Viver só, ter consigo o comando daquilo que faz, onde vai, sem precisar justificar-se com ninguém, alguns podem chamar isto de liberdade, outros chamam de solidão. Um tema por muitos escritores abordado, mas que até hoje nos coloca em uma posição de interpretação, afinal, seria bom viver só?
Sigmund Freud, um médico neurologista e importante psicanalista austríaco, aborda com muita propriedade este assunto, para Freud, a solidão é uma condição estrutural e ineliminável da existência humana, que se manifesta como a ausência do outro e pode ser uma fonte de sofrimento psíquico, como no caso da melancolia. Ele também reconheceu uma forma positiva de estar só, a solitude, essencial para o trabalho intelectual e as descobertas, e o "isolamento esplêndido" quando ele é quase como uma clausura,
No livro Psiclogia das massas (editora Civilização/2022), o escritor Ricardo Goldemberg faz uma análise sobre a solidão, pela ótica do psicalista Sigmund Freud. Para Freud, a solidão tem uma participação direta quando se fala em sofrimento silencioso, angustiante e depressivo.
Desconexão e isolamento:
A solidão pode ser um sentimento de desconexão e isolamento do mundo e dos outros, um estado que se diferencia do isolamento voluntário (solitude), de acordo com a psicanálise.
Melancolia e perda:
Para Freud, a solidão pode se vincular à melancolia, uma psiconeurose narcísica que envolve o afeto do luto pela perda de algo, como a perda de uma parte do corpo ou de um objeto amado.
Conflito e falta:
A solidão pode simbolizar a falta, revelando a posição desejante do sujeito diante de um vazio que não pode ser completamente preenchido, mesmo em uma sociedade que preza a autonomia.
A solitude, estar só por opção, é como um estado positivo:
Descobertas e criação:
Freud destacou que as grandes decisões no campo do pensamento e as descobertas só são possíveis para o indivíduo que trabalha em solidão, em uma condição de "isolamento esplêndido".
Desenvolvimento do Self:
Autores inspirados em Freud, como D.W. Winnicott, defendem que a capacidade de estar só, ou solitude, é um sinal de maturidade emocional.
terça-feira, 23 de setembro de 2025
Filosofia do Idealismo.
O idealismo é uma corrente filosófica que defende que a existência das coisas no mundo depende das ideias presentes no espírito humano. Para os filósofos idealistas, a realidade é conhecida por meio dessas ideias. Ou seja, o contato dos seres humanos com o mundo é mediado pelas ideias.
O Idealismo, de uma fora generalista, acredita que as ações humanas são guiadas pelas ideias. A posição do Idealismo pode parecer absurda à primeira vista, mas se a analisamos com cuidado percebemos que ela começa a fazer sentido. Pense no gosto, no cheiro, no tato e na visão. São estas sensações que nos fazem perceber as coisas, e todas as coisas estão dentro do mundo.
Este termo, das correntes filosóficas, foi utilizado pela primeira vez por Leibniz referente à filosofia idealista de Platão. Porém, essa doutrina é associada também a Santo Agostinho, relacionado à teoria da subjetividade;
O filósofo inicia um modo de busca da interioridade, ou subjetividade, muito próprio e influenciará pensadores posteriores. Desenvolve a ideia do Eu o qual configura um lugar interior privado que se pode ir para procurar Deus. Para chegar a esse eu interior, faz-se necessário o retorno a si e serão os sinais exteriores expressarão a interioridade. O retorno a si realizado por Agostinho é incialmente inspirado pelas leituras dos platônicos que o conduz a “retornar a mim mesmo, entrei no íntimo do meu coração sob tua guia, e o consegui, porque tu te fizeste meu auxílio. Ao retornar a si mesmo sob a guia de Deus enxergando com os olhos da alma enxerga as verdades encontradas até entre os pagãos, mas soltas sem a unidade. Guiado pelo novo olhar o ato de confessar é ressignificado, não será no âmbito do mundo e do sensível que encontrará respostas, mas servirá para encantar e levará todas as imagens, sensações e lembranças ao homem interior. Nessa empreitada da busca interior o homem se servirá de nossas três faculdades memória, inteligência e vontade. A vontade existe para nos fazer querer desfrutar da memória e da inteligência onde encontramos o conhecimento e as ciências. Assim o homem voltando a si encontrará o conhecimento e a felicidade, isto é a beatitude, que coincide com o supremo bem que em última instancia é a verdade. Encontrar a verdade é identificar o propósito da vida que é ser feliz. Somente poderá ser feliz aquele que vive de acordo com a sua natureza e, portanto, sabe o que quer.
Descartes na evidência do cogito;
Cogito ergo sum (Penso, logo existo!) é a primeira e mais fundamental evidência da verdade da qual se deve partir. Isso quer dizer que todo conhecimento possível é humano, até mesmo as interpretações sobre Deus, o que se diz dele. Alguns filósofos pensavam na época, que Descartes tinha exagerado ao afirmar “eu penso”; um deles, o filósofo Georg Lichtenberger, observou: “Deveríamos dizer 'há pensamento' exatamente como dizemos 'troveja'”. A ideia é que a referência a um “eu” como sujeito do pensamento é abusiva.
Husserl com a corrente fenomenológica.
Husserl afirma que a atitude natural, não-fenomenológica, faz o homem olhar o mundo de maneira ingênua como mundo dos objetos. A fenomenologia, ao contrário, busca uma fundamentação totalmente nova, não só da filosofia, mas também das ciências singulares.
Para os filósofos idealistas, tudo o que existia no mundo exterior ao eu, isto é, no mundo material, era resultado do trabalho da mente e das ideias. Assim, a realidade era considerada como uma criação da mente, e não algo dado pelo mundo.
segunda-feira, 22 de setembro de 2025
sábado, 13 de setembro de 2025
quarta-feira, 20 de agosto de 2025
Filosofia Pós Moderna
Pode ser considerada como a mais recente e aberta corrente filosófica existente. Surgiu para quebrar o paradigma da filosofia “moderna” e é considerada por muitos, como uma filosofia que zomba de si mesma.
Nesse conceito das correntes filosóficas, temos Heráclito, Nietzsche, Wittgeinstein, Thomas Kuhn, Michel Foucault e Jacques Derrida. Estes são os grandes (e talvez mais estudados) filósofos desta corrente.
Os filósofos pós-modernistas pós-estruturalistas em geral, argumentam que a verdade sempre depende do contexto histórico e social, em vez de ser absoluta e universal, e que a verdade é sempre parcial e "em debate", em vez de ser completa e certa. O pensamento pós-moderno baseia-se na teoria crítica, que considera os efeitos da ideologia, da sociedade e da história na cultura. O pós-modernismo e a teoria crítica geralmente criticam as ideias universalistas de realidade objetiva, moralidade, verdade, natureza humana, razão, linguagem e progresso social.
Principais características do pós-modernismo
• Individualismo e subjetividade
• Hedonismo, consumismo e narcisismo
• Comunicação e indústria cultural
• Imprecisão e espontaneidade
• Liberdade artística e formal
• Arte destituída de hierarquizações
• Ausência de valores
• Niilismo artístico
• Polifonia e intertextualidade
• Multiplicidade de estilos
• Combinação de tendências
• Arte eclética e híbrida
• Hiper-realismo
• Aproximação com a cultura popular
• Humor e crítica
• Imaginação e criatividade
• Cotidiano banalizado
• Realidade ambígua e multiforme
terça-feira, 15 de julho de 2025
Filosofia Metafisica
Metafísica é uma palavra grega que significa “além da natureza”. Metafísica é um estudo filosófico iniciado por Aristóteles, que passou a tentar compreender o que chamava de “ser enquanto ser” sem necessidade de intervenção prática. O início da metafísica está na filosofia grega clássica. Na prática, segundo os estudiosos, a metafísica é a busca pela realidade das coisas em seu conceito máximo. Assim, o objetivo é tentar buscar o entendimento dos conceitos mais primários e introdutório de cada ideia, analisando o seu contexto. Portanto, diz-se que a metafísica é o início do processo filosófico para analisar as diferentes realidades.
Os primeiros princípios da Metafísica descrevem justamente os princípios lógicos da identidade, da não contradição, e do terceiro excluído. Essas relações servem para garantir a realidade do mundo. Dados esses três princípios lógicos, Aristóteles fundamentou o que foi chamado de Etiologia, isto é, o estudo da Causa.
A metafísica tem quatro causas:
Causa material: de que a coisa é feita? No exemplo da casa, de tijolos.
Causa eficiente: o que fez a coisa? A construção.
Causa formal: o que lhe dá a forma? A própria casa.
Causa final: o que lhe deu a forma? A intenção do construtor.
Antes da classificação de Andrônico de Rodes, o próprio Aristóteles chamava os seus estudos de Metafísica de “Filosofia Primeira” por se tratar de um conjunto de conhecimentos independentes de qualquer atividade empírica e de qualquer experiência sensorial. Mesmo sendo um estudo iniciado por Aristóteles, Platão é considerado o pai da metafísica, e se tornou um dos maiores autores do pensamento ocidental, influenciando inúmeras gerações até hoje.
terça-feira, 10 de junho de 2025
Filosofia Politica
A política tem relação a tudo que compreende a administração de uma cidade, como as leis, a sociedade, a cidadania, entre outros conceitos. A filosofia política entra nesse contexto. Começou com os pensamentos de Platão, na Grécia, ele defendia que os cidadãos deveriam se dividir em três classes: as pessoas comuns, os soldados e os guardiões. Apenas esses últimos poderiam exercer o poder político. Segundo o pensamento platônico, para afastar o mal era necessário conhecer e respeitar a justiça.
Ao longo do tempo, a filosofia política se debruçou no contexto de cada época, seja no mundo romano, onde não havia tradição filosófica, suas crenças baseavam-se em religião e deuses, suas preocupações eram ligadas a moral, direito imposto e conquistas sem questionamentos mais profundos do certo e errado, e havia uma forte influência estóica, enquanto na Grécia já existiam movimentos de pensadores e estudiosos. Na idade média, onde a premissa básica a respeito da vida política medieval era a seguinte: a pessoa que possuísse uma determinada porção de terra credenciava-se como o líder capaz de exercer autoridade em nome de Deus, e certamente almejava, ou considerava respeitado por todo povo. Já a filosofia politica nos tempos modernos se caracteriza por uma profunda preocupação com as questões políticas, que perpassam as teorias da maior parte dos filósofos da época. O próprio nascimento do Estado Moderno impõe à filosofia o desafio de pensar suas bases em termos de legitimidade perante os súditos, mas sem perder sua essência e liberdade. Na contemporaneidade, o pensamento politico filosófico, traz a maneira de pensar racionalmente desenvolvida desde o final do século XVIII até os dias atuais. A Revolução Francesa é o marco inicial da chamada Idade Contemporânea, da qual a filosofia contemporânea faz parte.
quinta-feira, 29 de maio de 2025
Vamos falar sobre o respeito.
O respeito é a capacidade de ter em consideração os sentimentos das outras pessoas. É um dos valores mais importantes na condução da vida de uma pessoa, pois pode influenciar as decisões, os relacionamentos e o modo de viver. Esse valor pode ser manifestado de diferentes formas. Um exemplo é o respeito às diferenças.
O respeito é o espaço de permissão ao diálogo, á críticas, à livre manifestação, à diversidade, ao conhecimento, ao acolhimento e à escuta. A não aceitação das diferenças gera desentendimentos que podem ser acompanhados de violências. E isto depende muito da integridade de cada pessoa e na forma como cada indivíduo trata o outro. Quem dá respeito, ,e bem provável que colhe esse respeito, mas isto não é uma certeza. Oque é certo, é que para ser respeitado, é preciso respeitar os outros e também a sí mesmo.
A arte de se fazer respeitar é simples, basta para isto manter a calma, tratar a si mesmo e aos outros com dignidade e se expressar de maneira clara e em qualquer circunstância não atacar ninguém verbalmente.
Quando ouvimos dizer que o respeito começa em casa, esta perante a mais pura verdade. O respeito do pai pela mãe, da mãe pelo pai, dos pais pelos filhos, e dos filhos pelos pais. É este o alicerce da formação não só do respeito, mas um dos principais pilares da formação do caráter. Onde não existe respeito, não existe ética, e se não agimos com ética e respeito em nossa vida, estamos fadados ao fracasso. É de extrema importância respeitar os valores humanos que fundamentam a vida em sociedade. Seja em relações interpessoais ou em vista de normas, regras ou de um poder instituído. O respeito pode se dar em diferentes níveis de relações de poder e hierarquia. Em relações de inferioridade, igualdade e superioridade hierárquica ou de poder. Porém, o respeito não deve ser confundido com a tolerância, uma vez que ninguém é obrigado a aceitar aquilo que fere seus princípios de moral e ética.
Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos de 1861 a 1865, escreveu em um dos seus discursos:
- O autorrespeito é a raiz da disciplina. A noção de dignidade cresce com a habilidade de dizer não a si mesmo.
quinta-feira, 17 de abril de 2025
Um homem chamado Sigmund Freud.
Um homem chamado Sigmund Freud.
Biografia de Sigmund Freud
Sigmund Freud era o irmão mais velho de oito irmãos e, ainda criança, foi com sua família morar em Viena, atual capital austríaca. Era um bom estudante e tinha fluência em idiomas diversos como inglês, grego, francês e latim. Aos 17 anos, Freud ingressou em Medicina na Universidade de Viena, local onde se desenvolveu academicamente, primeiro em pesquisas laboratoriais diversas e depois, no Hospital Geral de Viena, na parte clínica, mas sempre envolvido em pesquisas, principalmente em neurologia nessa fase da sua vida. Dentre seus experimentos estão o uso de cocaína para tratar dores de cabeça e ansiedade, juntamente com metanfetamina, substâncias que não eram proibidas nessa época. Mas Freud abandonou esses estudos após surgirem evidências problemáticas sobre o uso das duas drogas citadas. A maior contribuição de Freud se deu pela psicanálise, uma das abordagens da psicologia até hoje e que tem no austríaco o seu “pai”, por ter sido o grande expoente da teoria. Em suas sessões terapêuticas, ele colocava seus pacientes em um divã, sem contato visual com os pacientes, em um formato que, segundo a psicanálise, promovia uma penetração maior no inconsciente da mente humana. Por ser judeu, Freud precisou fugir de Viena em 1938, após ter livros de sua autoria queimados, ser perseguido e ver uma de suas filhas ser presa por forças nazistas. Quatro irmãos de Freud morreram em campos de concentração. Freud faleceu em 23 de setembro de 1939, de câncer na boca, adquirido em decorrência de seu hábito de fumar desde sua juventude e após passar por mais de 30 cirurgias, inclusive retirando parte de sua mandíbula e instalação de uma prótese.
Aqui listamos 15 citações do pai da psicanálise e um doas mais importantes pensadores do século XX.
1 — “Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte.” O luto e a morte são temas expostos na frase, que indica a necessidade de superar o medo de morrer para ter uma vida mais plena e consciente.
2 — “A ciência não é uma ilusão, mas seria uma ilusão acreditar que poderemos encontrar em outro lugar o que ela não nos pode dar.” Freud é um defensor da ciência que auxilia a revelar dados e fatos sobre o que nos rodeia e, nessa citação, ele evidencia que a não descoberta científica de algo não significa que a realidade sobre aquilo estaria em outros campos.
3 — “O primeiro humano que lançou um insulto ao invés de uma lança foi o fundador da civilização.” A frase tem um toque de ironia, mas demonstra como as relações humanas foram sendo construídas, mesmo em cenários adversos, e como elas são importantes para o desenvolvimento das sociedades.
4 — “O humor é uma das formas mais elevadas de defesa do ego.” A psicanálise entende o humor como um mecanismo de defesa dos humanos, sendo uma das funções psíquicas mais elevadas e reconhecidas por diversos pensadores.
5 — “O ego não é mestre em sua própria casa.” A frase, escrita na obra “Uma Dificuldade no Caminho da Psicanálise”, mostra que o consciente atua como mediador, controlando os impulsos humanos através de regras e conceitos morais.
6 — “Podemos nos defender de um ataque, mas somos indefesos a um elogio.” Para Freud, podemos nos defender de toda e qualquer crítica, que seriam, nesse caso, os ataques, mas que os elogios, por afetarem nosso ego, tende a nos deixar expostos, já que ele possibilita, por exemplo, a manutenção de um comportamento visto como positivo, o que nem sempre é bom para nossas vivências.
7 — “Somos feitos de carne, mas temos que viver como se fôssemos de ferro.” A analogia descrita por Freud nessa frase implica que muitas vezes os humanos tentam se proteger com armaduras, que seriam comportamentos e aparências, que atrapalham a situações e momentos que exigem crescimento e tomada de decisões.
8 — “O dinheiro não nos dá prazer, mas a ausência dele nos causa dor.” Freud abordou o dinheiro e representações monetárias em algumas de suas teorias na psicanálise, e a frase fala sobre o que ele representa para os humanos enquanto sociedade e poder.
9 — “O pensamento é o ensaio da ação.” A reflexão que acontece antes de cada tomada de decisão é abordada nessa frase como uma forma de evitar erros passados e acontecimentos indesejados.
10 — “Nunca tenha certeza de nada, porque a sabedoria começa com a dúvida.” Freud também tem suas inspirações, e essa frase lembra muito a citação mais famosa do filósofo grego Sócrates: “Só sei que nada sei”. É importante, segundo essa linha de pensamento, ter a dúvida como ponto de partida para o conhecimento.
11 — “A imaginação é a ponte entre a mente consciente e a mente inconsciente.” Um dos conceitos mais explorados pela psicanálise é a imaginação, que é vista como um acesso a conteúdos ocultos do inconsciente, como conflitos reprimidos e desejos da mente humana.
12 — “A primeira exigência que se faz a um médico é que ele seja um observador cuidadoso.” Freud, como já dito, é um defensor da ciência, e a observação dos casos clínicos faz parte de uma boa anamnese, e por isso, ele acredita que ser um bom observador é uma exigência valiosa para os médicos.
13 — “A religião é uma tentativa de superar a dor da consciência da impotência do homem.” Ao perceber-se impotente, o homem, segundo Freud, passa a atribuir o que não é ou foi explicado pela ciência pela crença, que ocupa um lugar emocional, e não racional, na mente humana.
14 — “A mente humana é como um iceberg, flutuando com uma pequena parte acima da água e uma grande parte abaixo dela.” Freud tem a analogia do iceberg como um exemplo sobre como funciona a mente humana, sendo a parte exposta o consciente e a parte submersa como o consciente
15 — “O que não conseguimos nos lembrar, ficará conosco como uma ação.” A importância do inconsciente é novamente discutida na frase acima, que mostra um pouco sobre como funciona a mente humana, segundo as teorias freudianas. As informações que ficam no inconsciente podem ser resgatadas, mesmo depois de serem “esquecidas”, e isso faz parte do sistema neural humano.
quarta-feira, 12 de março de 2025
As Faces da Verdade.
veritas, aletheia e emunah
Mas afinal, quais são elas?
Será que existe uma verdade universal, uma única concepção do que seja verdade? Ou, pelo contrário, coexistem diversas concepções e entendimentos sobre o que seja a verdade? Será que o entendimento do que seja verdadeiro se transforma no decorrer do tempo? Há pelo menos três entendimentos sobre o que seja a "verdade" que marcam o pensamento e o entendimento sobre o mundo, sobre os seres e as coisas. Um deles parte do latim "veritas", outro vem do grego "aletheia", e o terceiro do hebraico "emunah". No ocidente herdamos um entendimento sobre verdade que se aproxima muito ao "veritas" do latim, que relaciona a ideia de verdade com as noções de precisão, exatidão e ao rigor. Trata-se de um relato que busca entender os fatos por meio de enunciados sistemáticos, conferindo ao status de verdade a precisão e o estudo metódico sobre as coisas. Podemos perceber esta tendência nos discursos de verdade e nos termos que utilizamos ainda hoje, como "veredicto", "verossímil", "averiguado", "verificado", ambos transmitem a ideia de um juízo estabelecido que é legitimado pela noção de verdade enquanto algo que foi minuciosamente verificado, analisado e comprovado. Este entendimento de verdade, estabelece uma clara distinção entre a verdade e a mentira, onde a mentira estaria relacionada com a ideia de falsificação dos fatos, relacionada ao uso de ideias imaginárias ou enunciados que alterados intencionalmente. Diferente desta concepção, quando partimos do grego, a verdade era entendida por "aletheia", termo composto por dois elementos: "a", que significa negação, e "lethe", que significa ocultamento. Neste sentido, a verdade seria aquilo que não está oculto, ou que foi desocultado, se opondo ao que está encoberto ou escondido. A verdade, enquanto aletheia, corresponde ao entendimento de que a verdade está nas coisas mesmas que aparecem, mas para alcançar é preciso que estas sejam desocultadas. Esta compreensão foi abordada por pensadores da Grécia Antiga e pelo filósofo alemão Martin Heidegger, se relacionando com a concepção da fenomenologia, de algo que se mostra por meio de seu desocultamento. Segundo a fenomenologia, fenômeno é aquilo que aparece, que não se oculta. Entende que há vários desvelamentos possíveis da coisa que aparece, seja esta um objeto, um indivíduo ou um acontecimento. Por isso a fenomenologia ser uma filosofia dos fenômenos, e não dos fatos. Além disso, existem vários níveis de desocultamento, e a verdade estaria justamente no aparecer e desvelar. Uma terceira concepção, segundo o hebraico, a verdade carrega o termo 'emunah', e seu significado está mais próximo da ideia de confiança num Deus ou num amigo que cumpre o que promete. Esta compreensão evidencia a importância da fidelidade e da honra num pacto realizado, estando relacionada aos que não traem a confiança. A origem da palavra emunah é a mesma que a palavra "amém", que significa "assim seja". Por isso, essa noção de verdade está relacionada ao cumprimento de um pacto, contendo uma crença na esperança, na espera do que foi prometido e que será cumprido, se referindo a um futuro que será ou acontecerá. De modo sintético, pode-se dizer que veritas está mais relacionada a situações que aconteceram e que podem ser estudadas metodicamente, aletheia se refere as coisas que são, ou que estão sendo, tal como se mostram enquanto estão sendo, e emunah se refere as coisas que serão ou que podem ser. Podemos, portanto, relacionar essas três tendências às noções de passado, presente e futuro.
Aletheia (Grego)– Aquilo que se manifesta aos nossos olhos, o não oculto.
Emunah(Hebraico)- A verdade eunquanto promessa.
Veritas(Latin)- A verdade com precisão. Como história contada e verificada.
Agradecimento a Bruno Carrasco, pela pesquisa.
Fonte:
https://www.ex-isto.com/2019/08/verdade-veritas-aletheia-emunah.html
quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Os Sete Demônios da Humanidade.
Segundo Friedrich Nietzsche, filósofo alemão do século XIX, os sete demônios que assombram a humanidade são:
1. Preguiça: Nietzsche acreditava que a preguiça era uma das maiores inimigas do desenvolvimento humano. Ele argumentava que a busca por conforto e comodidade muitas vezes leva as pessoas a evitarem o esforço e a se contentarem com uma vida medíocre.
2. Medo: Nietzsche via o medo como um obstáculo para a liberdade e a autenticidade. Ele acreditava que o medo limita nossa capacidade de agir e nos impede de enfrentar os desafios da vida de forma corajosa e determinada.
3. Conformismo: Para Nietzsche, o conformismo é uma das principais causas da mediocridade e da falta de originalidade. Ele argumentava que a sociedade exerce uma pressão constante para que as pessoas se conformem às normas e expectativas estabelecidas, o que inibe a expressão individual e a busca pela excelência.
4. Ressentimento: Nietzsche via o ressentimento como uma emoção negativa que surge quando nos sentimos injustiçados ou inferiorizados. Ele acreditava que o ressentimento impede o crescimento pessoal, pois nos leva a desejar a destruição daqueles que consideramos superiores a nós, em vez de buscar nosso próprio desenvolvimento.
5. Negação da vida: Nietzsche argumentava que muitas pessoas negam a vida e buscam refúgio em ideologias ou crenças que prometem uma existência melhor após a morte. Ele via essa negação da vida como uma forma de escapismo, que impede as pessoas de enfrentarem os desafios e as oportunidades que a vida oferece.
6. Moralidade repressiva: Nietzsche criticava a moralidade tradicional, que ele considerava repressiva e limitadora. Ele argumentava que essa moralidade, baseada em conceitos como o bem e o mal, inibe a expressão individual e impede o florescimento das potencialidades humanas.
7. Nihilismo: Nietzsche via o nihilismo como uma consequência da negação da vida e da moralidade repressiva. Ele argumentava que o nihilismo é a crença de que a vida não tem sentido ou valor intrínseco, o que leva as pessoas a se sentirem perdidas e sem propósito.
É importante ressaltar que esses “demônios” não devem ser interpretados literalmente, mas sim como metáforas para os obstáculos que podem impedir o florescimento humano e a busca por uma vida autêntica e plena.
Agradecimentos ao professor Edgar Falcão pela pesquisa.
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