sábado, 23 de novembro de 2013

Um Conto Árabe

Conta-se que na província de Asir, nas terras áridas da Arábia,havia um rei de nome Alfar, ele tinha o respeito e admiração de seu povo, pois seu reinado era de justiça e benevolência. Certo dia, o rei foi informado pelo seu conselheiro Kandir, que Tenir, seu cozinheiro real, furtava durante a escuras horas da noite, alimentos da cozinha do palácio para levá-los aos enfermos excluídos do povoado, pelo contagio da praga que devastava a região. Estes desvalidos moravam em cavernas, nas tortuosas montanhas de Jabal. Sem retardamento, mandou o monarca, que fosse imediatamente levado a casa de seu serviçal, acompanhado de seus oito conselheiros e sua guarda real. Onde faria ele, justiça pela pilhagem descoberta.  O que de pronto foi feito, seguindo o cortejo até o local de destino. Ao ver o grande soberano frente a casa de Tenir, foi logo formando-se uma multidão de curiosos. Tomados de viva curiosidade. ---Tenir. Gritou o capitão da guarda real. ---Sua Majestade, o grande Alfar quer falar-te. Completou. O cozinheiro era um homem de estatura pequena e roupas modestas, saiu a porta de sua envelhecida casa e reverenciou o grande governante. ---Em que posso servi-lo ? Meu rei ! Disse o homem. ---Trais-te minha confiança, enganou-me o tempo todo, perdeste por certo a luz da razão. Disse o rei. ---Ó grandioso soberano, se falhei, por Alá peço-te perdão. Mas o rei era justo e severo. ---Por este motivo perderas a vida na forca, e tua casa será queimada, não há,dentro do razoável, possibilidade qualquer de perdão. Sentenciou! Neste momento a esposa de Tenir, de nome Gladis, saiu de dentro da velha  casa e aproximou-se respeitosamente de vossa majestade. – Senhor..Disse ela. Nada tenho a não ser esta casa, se meu marido errou, deixa-me levar comigo pelo menos o que meus humildes braços poderem carregar. A justiça e benevolência sempre andavam juntas, nas decisões de Alfar, e na sua imperturbável calma, sua palavra jamais era contestada ou revogada nem por ele mesmo. ---Minha senhora. Disse o Rei. Nada tens a ver com os logros de teu marido, então entra e pega o que puderes carregar, pois o que tirares da casa estará livre de minha punição.. Após ouvir tão sábia sentença de justiça,Tenir e sua esposa adentraram na moradia novamente, e após alguns segundos, para grande assombro da multidão que ali estava, Gladis saiu de sua velha casa carregando nos ombros seu marido Tenir. Fazendo-se cumprir a palavra do soberano, de que o que ela carregasse em seus braços seria livre de punição. livrando-o assim dos suplícios indizíveis do fogo do inferno.        

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