segunda-feira, 10 de junho de 2019

Prazer e Pecado

A única maneira de livrar-se de uma tentação é incontrolavelmente entregar-se inteiramente a ela. O devanear é um prazer perfeito e deixa-nos maravilhados, não existe vergonha no prazer pois precisamos sentir felicidade, mas a sociedade hipócrita pede que sejamos lúcidos, mas quando somos lúcidos o tempo todo raramente somos felizes. Por outro lado quando deixamos fluir o que de insólido esta dentro de nós sentimo-nos felizes e isto é extremamente bom. Nenhum ser civilizado arrepende-se do prazer pois somos presenteados com duas coisas maravilhosas, a juventude e a beleza, elas devem ser vividas com toda sua força e irreverência, com seus inúmeros exageros. Nossa vida não é feita de momentos perdidos, mas sim, daqueles que vivemos intensamente e que ficam gravados em nossa memória. Sempre devemos fazer prevalecer a chama mais forte, seja ela branda ou encandessente. Algumas coisas são preciosas demais justamente pelo fato de não serem duradouras, a natureza sabe muito bem disto e devemos muito a ela, ou ela a nós, não sei ao certo. Mas oque sabemos é que envelhecemos, ficamos com marcas no rosto e na alma porque os deuses são cruéis e possessivos, e fazem de nossos pecados pesadas cruzes a serem postas em nossas costas. Na juventude não existe limites para a beleza assim como na velhice não existe limites para a deformidade. Somos sufocados por nossa servidão social e aprendemos que o que é sagrado não pode ser tocado, tememos nossas mais íntimas paixões, um temor que vem desde o berço, temer a Deus, temer os pais ,e temer a sociedade e suas devastadoras doutrinas. Somos ensinados sempre a acovardar-nos em auto negação, mas a vida nos ensina que todo desejo reprimido acaba por envenenar a nós mesmos. A vida deve brilhar com sua chama forte e inebriante pois sua luz não cega a ninguém e seu calor a ninguém queima. É preciso submergir para os prazeres do mundo, mas sabendo que é por sua conta e risco e tudo que deixa-nos extasiados tem seu preço. Tudo acontece muito rápido e quando damo-nos por conta a vida já passou. Mas todo charme do passado, creio ser justamente este, algo que já passou, algo que transpassou seu limite de tempo e espaço. Os vapores multicoloridos, as vozes em murmúrio, o giro deslumbrante de tudo ao nosso redor, não sei se é felicidade mas causa-no um extremo prazer, sem culpa e sem temores, pois em breve será passado. Vagamos pelas avenidas imprevisíveis do subconsciente pois a natureza humana é um mistério que a luz da razão não consegue alcançar.

O Homem e seu tempo

Lúcio Aneu Séneca, um dos mais célebres filósofos estoicos do Império Romano, escreveu em sua obra ``A brevidade da vida´´ que o homem de...