terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Síndrome de Peter Pan

Em 1983 o psicólogo norte americano Dan Kiley (1912/2004) escreveu uma obra falando sobre a síndrome e Peter Pan. Segundo ele são características que despertam no indivíduo comportamentos infantis e inseguros, e isto os impede de amadurecer normalmente. Sendo assim acabam falhando em diversos campos da vida adulta. Na verdade, ser adulto é uma questão de entendimento do seu real significado, e isto já tem como base a própria definição da palavra no dicionário ´Michaellis` pois nele a palavra adulto significa; quem atingiu o máximo de seu crescimento a a plenitude de suas funções biológicas. Parece-nos que em uma visão mais ampla passar passar para esta fase da vida é uma questão biológica, mas que está interligada diretamente com a idade. Já a definição de se tornar adulto na ótica da psicologia existe uma definição mais ampla sobre o assunto; adulto é aquele possui maturidade emocional e intelectual e que apresenta adequada integração social ao pensar e atuar de maneira equilibrada e sensata. Ou seja, tornar-se adulto nada tem a ver com idade, mas sim com período em que alcançamos a maturidade emocional. Paralelo com a síndrome de Peter Pan, os psicólogos detectaram processos comportamentais que chamaram de; complexo de Wendy. Wendy na história do Peter Pan é a menina com responsabilidades, irmã mais velha e que deseja crescer. Assim como a Síndrome de Peter Pan tem esse nome devido às características do personagem, o Complexo e Wendy não é diferente. O Complexo de Wendy é caracterizado por uma preocupação excessiva das mulheres em relação ao bem estar do outro. Ela se sente imprescindível, tenta de qualquer jeito fazer a outra pessoa feliz, se desculpa por tudo. Elas procuram ser aceitas e temem a rejeição. As mulheres com esse complexo são muitas vezes vistas como uma figura maternal, e em relacionamentos amorosos, perpétua a imaturidade do homem e a Síndrome de Peter Pan. Fonte de pesquisa; telavita.com.br/filosofia.com

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Ética Moral e Crenças.

Hoje vivemos em uma trindade onde alicerçamos nossas escolhas para vivermos em harmonia social, são elas; a ética, a crença e a moral, e todas tendem a levar-nos, se seguirmos fielmente seus valores, a encontrar a felicidade interior. Vale lembrar que a influencia de nossas crenças religiosas quanto a alcançar nosso objetivo pregam em sua maioria, o sacrifício como princípio vital para o encontro da felicidade, mesmo que somente após a morte, ao passo que a ética e a moral nos mostra que a paz interior pode ser alcançada ainda em vida, tudo depende de nossos princípios. Mesmo que não percebamos esta trindade nos acompanha em nosso cotidiano, e a diferença esta na maneira como nos posicionamos frente a cada situação, determinado ou complacente. Na obra ` Ilíada ´ escrita pelo filósofo Homero no século IX AC, o autor ressalta que; Quem se submete ao jugo são os que os deuses mais escutam. Esta afirmativa revela que a séculos somos instruídos de que a subserviência tem suas recompensas, desde a infância ouvimos que obedecer é bom, obedecer os pais, os professores, os mais velhos, e crescemos sabendo que submeter-se aos lideres do rebanho tem seus méritos. Escolhemos a servidão voluntária porque ela agrada aos deuses. Platão, um dos maiores pensadores da Grécia antiga e discípulo de Sócrates tinha a concepção de que ética, moral e virtude não seriam avaliadas através de bens materiais, mas sim pelo engrandecimento da alma e a autenticidade e transparência de nossas atitudes. Mesmo que suas obras abordassem a imortalidade da alma e o mundo metafísico, Platão juntamente com Aristóteles, Pitágoras, Epicuro, Heráclito, e muitos outros filósofos da Grécia antiga jamais abriram mão de suas individualidades e liberdade de escolha. A trindade da ética, crença e moral estão presentes em nosso mundo a séculos, e cabe a nós decidimos como elas devem influenciar nossas vidas, seguimos os caminhos da filosofia buscando a paz interior através do conhecimento de nós mesmos, ou simplesmente entregamos o leme do nosso destino a terceiros.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Clemência ou Soberba

Maquiavel em seu livro" O Príncipe" diz que é mais seguro ser temido do que amado. Mas não seria ironia do destino ou desejo dos deuses dar ao homem a chance de alimentar seu inimigo? Certamente ficaria evidente nossa crueldade ao desonrar nosso inimigo mostrando benevolência para com ele. O escritor estudinense Mark Twain escreveu em sua autobiografia que " de todas as criaturas que existem o homem é a mais detestável, pois ele infringe dor ao seu semelhante sabendo que é dor que está causando". Se levarmos em conta o que diz Mark Twain, será que teríamos para com nosso inimigo derrotado um olhar de clemência ou um olhar de soberba?

terça-feira, 8 de agosto de 2023

Máscaras e Mentiras

Algumas pessoas criam máscaras invisíveis de personalidade para não mostrarem o que realmente são e pensam, e estas pessoas em sua maioria acabam por acreditarem na sua pantomina chegando a considerarem normal a sua dissimulação. Mas pequenos detalhes em seus comportamentos sempre evidenciam seu verdadeiro caráter. Quando nos afastamos de princípios e valores e de tudo que realmente é significativo e benéfico em nossa vida passamos a sentir a necessidade de mascarar nosso verdadeiro ``EU``, e passamos a ocultar, disfarçar ou encobrir tudo que julgamos gerar uma reação negativa na sociedade em que vivemos ou diretamente em alguma pessoa mais próxima. William Shakespeare dizia que; O diabo poderá citar as escrituras sagradas se isto convém ao seu propósito. Podemos até imaginar que alguma insignificante farsa não poderá causar maiores transtornos, mas sabemos que não existe uma pequena mentira ou dissimulação, pois suas consequências podem ser desastrosas. ´´Faça o que eu digo mas não faça o que eu faço´´ esta frase é a expressão mais pura da cultura dos hipócritas. Leon Tolstói dizia que; Quando as pessoas falam de forma muito elaborada e sofisticada, ou querem contar uma mentira, ou querem admirar a si mesmas. Ninguém deve acreditar em tais pessoas. A fala sincera é sempre clara, inteligente e compreendida por todos. As máscaras de caráter estão presentes em quase todos os locais por onde passamos, inclusive em nossa família. Tendemos a acreditar e confiar mais em quem, desde a infância, esteve do nosso lado. Mas, infelizmente, nem laços de sangue são capazes de evitar atitudes falsas e dissimuladas. Muitas vezes convivemos por longo tempo com uma mentira ou situação enganosa sem saber que estamos envoltos em um embuste, e este cenário fraudulento aumenta cada vez mais ao passar do tempo pela necessidade de mantê-lo real por parte de quem o criou, e a bola de neve da enganação aumenta cada vez mais. Mas como vimos anteriormente, se observarmos alguns detalhes saberemos em que chão estamos pisando e poderemos tomar precauções e avaliar tudo que nos é apresentado como verdadeiro. Ao detectarmos a mentira, ao conseguirmos ver através da máscara certamente ficaremos decepcionados, frustrados pelas nossas expectativas. O problema da decepção é que raramente ela vem de um inimigo, pois a pior traição é aquela que vem de quem está ao seu lado, de quem deveria por princípios ser um dos seus alicerces. Sigmund Freud escreveu; A mentira nada mais é do que a verdade de cabeça para baixo.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Solidão x multidão

Eu creio ser terrível passar uma vida em total solidão, mas certamente se tornaria da mesma forma insuportável estar permanentemente em meio a multidão. Seria apropriado ter a medida certa para cada circunstância em nossa vida. E sabemos que em uma, como em outra situação, haverão momentos felizes e outros nem tanto. Por isto algumas pessoas ficam apreensivas mesmo quando estão passando por ocasiões que lhe tragam a sensação de felicidade. E esta inquietude origina-se na certeza de que a felicidade, assim com a tristeza, são passageiras, sobrevivem de momentos que depois de algum tempo chegam ao fim. Parece-me de fundamental importância compreendermos que a felicidade não é constante, mas também não é distante. Devemos identificar oque deixa-nos felizes quando estamos sós ou acompanhados e buscá-lo com determinação. É de primordial importância identificar aquilo que nos faz bem, quais os eventos que poderão deixar-nos motivados, qual a companhia que deixaria nos confortáveis por estar ao nosso lado. Precisamos avaliar sempre como estamos agindo, para que nossa existência não se torne uma eterna busca por um bem-estar que não está onde pensamos encontrá-lo, a insistência em atitudes sem sentido poderia jogar-nos um loop infinito. Não podemos ter medo de mudar nossos rumos, nossas preferências e nossas opiniões, pois tanto na solidão quanto na multidão devemos ser verdadeiros, com os outros e principalmente com nós mesmos. Jean-Paul Charles Aymar Sartre – (1905/1980) escritor e filósofo francês, dizia que é o medo que sentimos que assumir nossa liberdade, de fazer oque gostamos, de dizer oque pensamos, que faz algumas pessoas passarem suas vidas infelizes. Entre as muitas fazes pelas quais passamos desde o dia do nosso nascimento até o dia de nossa morte, existem aquelas em que um pequeno e simples facho de luz mostra-nos mais que o magnífico brilho dos holofotes. É quando percebemos o valor do que é genuíno. O simples não é comum, não é corriqueiro, não é o insignificante. O simples é aquilo que transmite alegria, que nos deixa feliz na sua simplicidade. É aquilo que não precisa de retoque para ser bom. Mas para reconhecer este facho de luz necessitamos saber exatamente quem somos. No mito de Édipo a esfinge de tébass desafiava dizendo: ´´Decifra-me ou devoro-te``. Ou seja, se não conhece a ti mesmo não poderá enfrenta-me e serás devorado. Mas quando Sófocles (406/496 AC) escreveu a peça ``Rei Édipo´´ certamente não se referia a morte como um simples ato terminal de uma vida humana, mas sim as inúmeras perturbações de consciência que o homem passa desde os primórdios do mundo para encontrar seu verdadeiro ``EU´´, esteja ele completamente solitário ou mergulhado em uma multidão. Sozinhos ou rodeados de pessoas, a crueldade da esfinge não vem de fora, mas sim de dentro de nós, o sentimento devastador de insegurança por conhecermos mas não admitirmos nossas fraquezas.

quarta-feira, 14 de junho de 2023

A vida em loop

Vida em loop (viver repetidamente buscando um objetivo) No dicionário informal, loop é uma repetição automática de ocorrências, o velho e conhecido andar em círculos. Mas, qual o motivo de repetirmos sempre o mesmo padrão de comportamento diante de uma situação? Os loops infinitos ocorrem quando a condição programada dentro do laço de repetição nunca é satisfeita, com isso a rotina continua sendo executada repetidamente e “eternamente” buscando satisfazer a condição programada. Time loop' (em português: laço temporal ou loop temporaL) é um enredo comum na ficção científica (especialmente em universos onde a viagem no tempo é comum), onde um determinado período de tempo (como algumas horas ou alguns dias) se repetem várias vezes. Em 1964, o cientista alemão Kusheo Lien criou o conceito de laço temporal – ou loop temporal. Logo, a ideia de ter pessoas presas em um determinado espaço de tempo que se repete várias vezes tornou-se comum em obras de ficção científica. No cinema, o assunto foi abordado várias vezes em filmes sobre viagens no tempo. Além disso, o tema inspirou várias histórias de terror, suspense e até mesmo roteiros de comédias românticas. Várias teorias da física defendem a possibilidade de ocorrer um imprevisto em todos os fenômenos da natureza; esse fenômeno imprevisível pode ocorrer também na linha da curva do tempo. A Teoria do Caos traça a possibilidade de ocorrências imprevisíveis denominada Efeito Borboleta. A Teoria da Gravidade Quântica em LQG (Loop Quantum Gravity) defende a possibilidade de haver um “loop” na curva do tempo. Lembrem-se de que a Física e´o laboratório da vida. Se todas as teorias são comprovadas e elaboradas pelas Leis da física é porque todas são possíveis de ocorrerem na vida real, “in vitro” e “in vivo”. Friedrich Ratzel, um dos primeiros pensadores a formular uma teoria determinista contemporânea afirmava que tudo que acontece está pré-determinado. Porém, a partir dos séculos XVI e XVII, com as teorias de Isaac Newton foi comprovado que não existe o “pré determinismo”, ou seja, nenhum sistema obedece à absoluta precisão. Então pensamos: Aquele momento belo, aquela sensação maravilhosa de alegria, porque sempre passa? Mesmo quando sabemos que tudo é especial naquele momento, mesmo assim ele acaba. Mas porque momentos assim não podem durar para sempre? Se existe um laço temporal ele não poderia ser de um momento de felicidade? Isto certamente faria mais sentido. Mas nem tudo no universo faz sentido. Muitas vezes as coisas são especiais justamente porque duram pouco tempo. Será que ao retornarmos a um texto para refazê-lo não estaríamos em um loop de momento? Será que temos realmente o entendimento em relação a linha temporal de nossa vida? Agostinho de Hipona (santo agostinho) teólogo e filósofo – 354 DC / 430 DC dizia que Sempre estaremos no presente, por isto existem três presentes: O presente do passado, que é nossa memória. O presente do presente, que é o dia de hoje O presente do futuro, que é a expectativa daquilo que está por vir. A linha do tempo se curva e se enrola em torno do corpo, enquanto ele se move na direção do tempo futuro. Albert Einstein. Fonte: teonanacatl – conexão itajuba

quarta-feira, 24 de maio de 2023

Emoções e Sentimentos

As emoções são reflexos naturais diante de acontecimentos, são uma resposta física ou química comandada pelo cérebro humano. Já os sentimentos são uma consequência das emoções e são sentidos por cada pessoa de acordo com a sua experiência, personalidade, cultura e criação. É no início de 1880 que Charles Darwin pública “Expressão das Emoções no homem e nos animais”, cujo impacto pode ser considerado o pontapé inicial de uma ciência das emoções, que tem como pergunta inicial “What is na emotion?”, ( oque é a emoção ?) colocada em 1884 por Willian James, fundador da psicologia americana. No decorrer do tempo e pesquisas sobre o tema foram identificadas 27 emoções existentes: diversão, ansiedade, estranhamento, desejo, excitação, temor, medo, horror, tédio, calma, empatia, dúvida, nojo, encantamento, nostalgia, satisfação, adoração, admiração, apreço visual, inveja, romance, tristeza, surpresa, simpatia, triunfo, interesse e alegria. E a partir daí muito se descobriu sobre o assunto. Paul Ekman desenvolveu a teoria neuro cultural das emoções, que aponta características universais e inatas relacionadas às estruturas e ao funcionamento cerebral, mas também aponta a influência da cultura naquilo que diz respeito à permissividade ou não de uma exibição emocional. Segundo Aristóteles: Emoções são os movimentos da alma, sempre acompanhados por graus variados de sofrimento ou prazer, que afetam os homens, alterando seus julgamentos. Assim acontece quando eles estão zangados, com pena de alguém, ou com medo. De acordo com os estudos de Antônio Damásio é uma das principais figuras da medicina mundial, principalmente no que corresponde à neurologia, existe uma cadeia complexa de acontecimentos no organismo que começa na emoção e termina no sentimento. Uma parte do processo se torna pública (emoção) e outra sempre se mantém privada (sentimento). “As emoções ocorrem no teatro do corpo. William James (1890), simultaneamente com o fisiólogo Lange (1885), formulou uma hipótese em que invertia a relação normalmente postulada entre estar emocionado e sentir o impacto da emoção no corpo. Para ele, o estado do corpo seria a base inicial e essencial para a consciência das emoções. Uma das emoções que mais nociva ao nosso corpo é a tristeza, pois seus efeitos vão além de um simples sentimento. A tristeza gera em nosso organismo uma diminuição muito notável de energia. Além disso, sentimos a necessidade de limitar nossas relações sociais, afastar aquilo que nos incomoda, o barulho pode até nos perturbar, até mesmo o de nosso próprio ambiente se torna algo ruim, e preferimos de longe a solidão. Para a psicologia a principal função das emoções é estabelecer um determinado estado de informações dentro do corpo que nos permitem ter respostas rápidas em diferentes situações como as de risco, por exemplo. A psicologia lida com emoções estabelecidas por experiências vividas e que são registradas de modos distintos em cada pessoa. De acordo com a visão de Damásio, pode-se assumir que nada muda na mente, a menos que uma emoção seja incitada. A emoção é que faz com que a mente se reorganize. Basta saber, agora, como as emoções influenciam a cognição (memória, aprendizagem, razão, linguagem) de acordo com a sua intensidade. Fontes: psicólogos.com - psicoativo.com – superabril.com.br - exame.com - shh.mpg.com

sábado, 8 de abril de 2023

Lei de Talião

Ao reler o romance ` A Lei do Talião´ do escritor Eric Dubugras (Editora Clube de Autores – 2018), tive a oportunidade de analisar mais profundamente não só a função prática da lei, ou seja, a que pena ela infringe ao infrator, mas também o efeito psicológico que não pode ser abrangido pelo simples fato de reparação. Mas primeiramente vamos conhecer um pouco mais da `Lei de Talião`; A Lei de talião ou pena de talião consiste na compensação ou reciprocidade do crime cometido por uma pena equivalente, por exemplo, punir um homicídio matando o assassino. Pela lei de talião o criminoso deve ser punido de forma equivalente à falta que ele praticou. A palavra talião é derivada do latim tálio que significa “retribuição”. É interpretada pela fórmula “olho por olho, dente por dente”. A lei de talião é atribuída, originalmente, ao código babilônico de Hamurábi (datado de 1770-1750 a.C.). Foi utilizada por outros povos, como os hebreus que a inseriram no Êxodo, Levítico e Deuteronômio, livros do Antigo Testamento. • “Quem ferir mortalmente um homem será condenado à morte. Quem ferir mortalmente um animal devolverá um semelhante: vida por vida”. Levítico 24, 17-18. • “Teus olhos não o pouparão: vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”. Deuteronômio 19, 21. No Sermão da Montanha, Jesus de Nazaré referiu-se à lei de talião e a contestou: • “Ouviste o que foi dito: ‘Olho por olho, dente por dente’. Mas eu vos digo que não resistais ao malvado. A quem te bater na face direita, apresenta também a outra. A quem quiser fazer demanda contigo para tomar a tua túnica, deixa levar também o manto. E se alguém te forçar a dar mil passos, anda com ele dois mil.” Mateus 5, 38-41. O Alcorão, o livro sagrado do Islã, reafirma a lei de talião, mas admite a possibilidade do perdão: • E nós lhes prescrevemos que se pague vida por vida, olho por olho, nariz por nariz, orelha por orelha, dente por dente, e, também, para as feridas, o talião. Mas quem perdoar, seu perdão será sua expiação.” Sura 5, 45. Sabendo o princípio básico da lei se faz necessário adentrarmos no campo interpretativo para uma absoluta compreensão de sua essência, visto que quando se fala em ´`olho por olho,`dente por dente`` ou vida por vida`` estamos nos referindo a dimensão humana na busca por justiça e reparação de dano. Mas o todo pode ser maior que todas as partes juntas, sendo assim parece-nos simples e de evidente entendimento que existe algo que esta além da reparação física ou financeira. Somente quando constatamos que no campo psíquico os eventos acontecem de forma contínua mesmo depois de cessar a ação que o causou é que percebemos que a reparação do dano físico está muito longe de descontinuar um dano psicológico. Quando uma lesão física traz consigo uma carga de sentimentos muito forte, causando a perda de uma habilidade essencial para o indivíduo, como um pianista que perde uma das mãos, esta gerado um trauma. O trauma psicológico é uma resposta emocional a um evento que deixou feridas na memória e no conceito de identidade de uma pessoa, mesmo depois que o dano físico que o causou já tenha findado, um efeito interior devastador que pode levar uma pessoa a perda total de sua racionalidade, e esta desordem psicológica não poderá ser passada a quem causou-lhe o dano físico.

domingo, 5 de março de 2023

Sorte e Destino ou Estratégia

Para vivermos em uma realidade mais segura devemos superar esta ideia de que teremos que ter sorte para conseguirmos nosso objetivo, e se não conseguimos foi azar ou obra do destino. Para nos resguardarmos de algumas surpresas indesejáveis é mais seguro introduzirmos o conceito de que uma decisão estratégica não iria deixar-nos a mercê do acaso, e é claro além da estratégia teremos que empregar tempo e muito trabalho para chegarmos ao nosso propósito final. Não somos donos do mundo, mesmo que por ignorância algumass pessoas tenham esta pretensão, não temos o poder de controlar tudo ao nosso redor, não podemos evitar a morte, mas do dia do nosso nascimento até o dia de nossa morte poderíamos controlar muita coisa se analisarmos com estratégia e coerência antes de tomarmos nossas decisões. Toda crença em sorte e destino nada mais é do que uma máscara imperceptível para nossa incapacidade de acreditarmos naquilo que somos ou não capazes de fazer, jogando-nos em uma área de conforto. E mesmo que façamos o possível, em algumas situações fazer o possível já não é suficiente para chegarmos onde desejamos, temos que fazer o melhor, não o melhor em comparação com os outros mas fazer o nosso melhor. Quando nos acostumamos em fazer só o possível e habituamo-nos a não buscar o nosso melhor acabamos por tornarmo-nos insuficientes, dispensáveis. Sigamos o pensamento do filósofo grego Tales de Mileto (624 AC /558 AC) que reiterava que a vida deve ser totalmente racionalizada para ser compreendida em sua universalidade. O que estamos fazendo de nós mesmos? Esta é vida que imaginamos viver? Estamos juntos com as pessoas as quais realmente amamos? Se faz necessário um questionamento de nós mesmos, e consequentemente nossas respostas devem ser extremamente sinceras, ou então permaneceremos no ilusório pensamento de que tudo depende de uma força externa, e nunca de nossas atitudes. Sócrates (399 AC / 470 AC) filósofo grego considerado o pai da filosofia, mantinha em sua linha de pensamento que é fundamental conhecermos a nós mesmos, sabermos quem realmente somos, e não quem pensamos ser. A realidade que expressamos externamente pode ser bem diferente da nossa realidade interior.

domingo, 5 de fevereiro de 2023

Utopia de escritor

Poucas são as pessoas que são totalmente apaixonados pelo que fazem, apenas o fizemos porque algo externo ou emocional nos motiva, e certamente em alguns momentos sentimo-nos inseguros por esta ou aquela razão. Durante nossa juventude fizemos escolhas que julgamos serem importantes, para que só algum tempo depois percebermos que na verdade não significam nada. No final acabamos por assumir e conviver com o mundo que criamos, nem sempre tendo dele o retorno desejado. Mesmo assim o mundo que criamos ainda se torna menos doloroso que o mundo real, e isto serve como alento em alguns momentos. Tudo que vivenciamos escrevemos, e fizemos isto para salvar as coisas enquanto elas ainda estão vivas, pois com o tempo elas tendem a desaparecer, mas se as escrevemos elas permanecerão. Ninguém escreve nada além daquilo que esta em si mesmo, dentro da nossa alma, em nosso subconsciente, dentro do mundo que criamos. Tudo ao nosso redor se torna evanescente, transitório, com sua genuinidade ponderada a cada dia, aquilo que você admira em uma pessoa hoje, poderá ser o que vai separá-la de você amanhã. Mundo utópico, quimérico, mundo do escritor.

domingo, 15 de janeiro de 2023

Jornada da alma

Abstenha-se de tudo que esta ao seu redor, feche os olhos e ouça somente a suavidade das teclas do piano. Deixa a magia da melodia inundar sua alma, seu espírito. Existe uma mensagem que não vem com palavras, deixe-se flutuar na paz e beleza do inexplicável. Permita que sua alma fique liberta de seus pensamentos, deixe-a escolher sua própria melodia, encontrar seu próprio jardim encantado, deixe-a encontrar seu paraíso perfeito. Aos poucos a imaginação vai trazendo o perfume das flores, o brilho dos raios de sol, a brisa suave que move as folhas secas ao chão. Permita que sua alma conduza-o por sobre as montanhas, por entre os verdes vales, pelo manso leito dos rios. Sua alma também precisa ser feliz, mas do jeito dela, compartilhe com ela esta felicidade.

O Homem e seu tempo

Lúcio Aneu Séneca, um dos mais célebres filósofos estoicos do Império Romano, escreveu em sua obra ``A brevidade da vida´´ que o homem de...