domingo, 23 de outubro de 2011

Ciência, Deuses e Crenças

Antes da exploração do espaço, da lua e dos planetas, o homem acreditava que os céus eram o lar e a província de deuses poderosos, que controlavam não só o firmamento mas também o destino dos habitantes terrenos. E que este panteão de entidades guerreiras eram causa e razão da condição humana no passado, com certeza seriam também no futuro, consequentemente grandes monumentos para eles seriam criados, Assim na terra como no céu. Mas o homem substituiu estes deuses por novos deuses, e por novas crenças que também não forneceram aos crédulos mais certezas do que as fornecidas pelos gregos, romanos ou egípcios. Hoje escolhemos nosso deus monolítico e benevolente, mas ainda encontramos nossas certezas na ciência, mesmo assim todos os religiosos mais fervorosos ainda esperam por um sinal, uma revelação divina para mostrar-lhes o caminho da salvação. Nossos olhos voltam-se para os céus prontos a creditar no inacreditável, naquilo que não podemos ver, procurando encontrar nosso destino nas estrelas, O filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) dizia com frequência que ele era um inimigo de qualquer religião intolerante, fanática, com base numa frase da sua autoria na qual afirmava que a religião cega era o ópio do povo, que era necessário entorpecer com crendices, seja elas quais forem, para termos a certeza de sermos ouvidos por alguém que esta acima de nossa compreensão. Apesar da origem dessa comparação não ser de autoria dele, o filósofo quis dizer que a religião fanática servia como alívio ilusório ao sofrimento dos pobres, como vemos na citação do seu texto: "A religião é o suspiro do oprimido, o coração de um mundo insensível, a alma de situações desalmadas. É o ópio do povo. Creio eu, que a servidão voluntária, acrescida de um credo irracional afasta-nos da verdade. Mas afinal qual a melhor forma de buscar a verdade? esteja ela no céu ou na terra? Como compreender de onde viemos? Quem somos afinal? e para onde vamos? Será que devemos olhar com novos olhos? Buscando na ciência uma resposta? Ou com os olhos mais conservadores? Sempre a espera de um sinal? Esta dúvida nada mais é do que a legitima manifestação de nossa curiosidade, uma prova mais explícita, se é que existe esta prova, para nossos credos e pontos de vista. Quantas descobertas na ciência foram devidas a curiosidade que inspirou o coração dos homens, as grandes descobertas, as invenções notáveis que outra coisa não são senão frutos da curiosidade humana. A linha entre a visão mais elevada do espírito e o frenesi religioso é muito tênue. A crença que um poder maior e impalpável existe não pode de forma nenhuma tirar nossos pés do chão, pois além de concreto e manifesto, nosso mundo esta aí, e a cada dia se apresenta com novos desafios. A fé cega que nega a ciência não leva a salvação, mas a submissão.

O Homem e seu tempo

Lúcio Aneu Séneca, um dos mais célebres filósofos estoicos do Império Romano, escreveu em sua obra ``A brevidade da vida´´ que o homem de...