quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Crônica da Banalidade

Aqui estamos nós, símbolos da nova sociedade, tecnológica, mecanizada, eletrônica e pouco humana, na luta do homem pela grandeza a qualquer preço, com seus próprios e inescrupulosos recursos. De nada adianta ser poderoso se nos falta dignidade. Ás vezes chego a imaginar que vivo com sabedoria, e volto sempre a percorrer trilhas conhecidas porque o caminho novo me assusta. Sei que adiar as coisas é o maior desperdício de nossa vida, o sonho vai embora a cada novo dia, se tememos agir no presente, o empurramos para o futuro, e em breve ele já será passado. Mas a ambiguidade se propaga vertiginosamente por toda parte, e isto me faz ajuizar sobre meus atos e mensurar minhas palavras, lembro das palavras do Marques de Maricá,(1773/1848) quando escreveu ¨ O remorso é na moral o que a dor é no físico de nossa individualidade. O que Sócrates temia 399 A.C. aconteceu, a sociedade esta corrompida pela ganância. Surge um mundo dominado pelas certezas dos estúpidos, enquanto os inteligentes ainda estão cheios de dúvidas. Maquiavel escreveu em seu livro ¨ O Príncipe¨ que é mais seguro ser temido do que amado, e certamente todos acenam positivamente a este recado, transformando em palavras vans o que disse o escritor grego Esopo, quando afirmou que ¨ Nenhum gesto de gentileza e respeito ao ser humano é perdido. Mas não é isto que vemos em nossa realidade. Grandes e requintados salões, sorrisos falsos, damas vulgares, mentiras compartilhadas, pessoas dissimuladas. Por debaixo da fina seda está a podridão da alma, Junto com o doce beijo tem o néctar da maldade, por detrás dos belos olhos está a mais pura visão da hipocrisia. O abraço afetuoso deixa transbordar o ódio escondido em seus corações, o aperto da mão transmite livremente a febre da arrogância desmedida, se é que para isto existe medida. Como sobreviver ao caos humano? Ao desfecho catastrófico de nossas vidas? Como sair ileso do ataque avassalador dos predadores de caráter? Como ser desumanamente humano em uma sociedade mesquinha? Com o passar do tempo temos a opção de saber quem somos, a quem deveríamos dar nosso perdão, e a quem pedir, quem são as pessoas que realmente devemos proteger e defender. Temos que romper o limite do que é feito e do que necessariamente é preciso fazer, para podermos em fim, entender o que acontece ao nosso redor.

O Homem e seu tempo

Lúcio Aneu Séneca, um dos mais célebres filósofos estoicos do Império Romano, escreveu em sua obra ``A brevidade da vida´´ que o homem de...