domingo, 23 de novembro de 2014

O Caminho da Alma


Em alguns momentos sinto-me longe, muito longe, muito distante do local onde fisicamente estou.
Navego então em um rio sem nome, que corre na escuridão. Tem suas águas um breu arrepiante que causa calafrios em meu corpo.
Quando lá estou parece-me que inconscientemente fico alheio a qualquer pensamento,sentindo apenas a neblina e o silêncio.
Minha respiração fica mais profunda,e consigo sentir o nada que esta a minha volta.
Encontro-me em uma pequena canoa, que navega sem Remos, mas perece saber para onde esta indo.
Neste delírio surge a vontade de fazer iluminar-se sobre a luz da razão.Uma busca para encontrar um motivo lógico para tudo aquilo.Não sei,ao certo,se isto seria de algum proveito naquele cenário.Manter nossas atenções no que é lógico não torna as outras coisas menos reais.
Pelo caminho vou deixando cair ao fundo do negro rio, minha pesada carga,minhas futilidades, minhas desumanidades,minha arrogância.
Sinto-me em um mundo de trevas,temos uma tendência a acreditar naquilo que tememos.Os tormentos da obscuridade,da dúvida,que vacilam de um lado para o outro.
Parece-me que quanto mais carga despejo neste Horrendo rio, mais rápido a canoa segue seu curso.
É um fenômeno da nossa consciência,e portanto não lhe é atribuído sequer um único axioma de objetividade.Por mais que fujamos do nosso destino,ele sempre estará a esperar-nos logo a frente.
Somos seres primitivos,dominados pelo medo e pelo terror obscuro que não conseguimos controlar.A ansiedade mortal de não saber o que está por vir,pois a natureza nunca perdoa.
Cruzar o limiar entre o real e o imaginário pode ser muito perigoso,quando conseguimos distinguir a diferença entre sonhos e pesadelos,pode ser tarde demais.Nosso pior pesadelo é aquele que se torna real.
sentimo-nos invadidos por um incontrolável desejo de saber mais sobre aquilo que vagamente entendemos,mas é sempre bom tomar cuidado com o que desejamos,pois este desejo pode tornar-se realidade.
Se a alma navega solta em um mar desconhecido e perigoso,melhor será deixá-la guiar-se sozinha,pois talvez só ela conheça o caminho para chegar mais leve e tranqüila a um porto de luz.





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